quinta-feira, 4 de novembro de 2010

San Francisco (EUA) proíbe a venda do Happy Meal




O Conselho de Supervisão de San Francisco aprovou preliminarmente nesta terça-feira a proibição de brinquedos como brindes nos McLanches Feliz e ofertas semelhantes de fast-food dirigida às crianças que não tenham teor reduzido de gordura, sódio e açúcares, e determinou a inclusão de frutas e legumes nesses menus.
A legislação, que se destina a promover uma alimentação saudável e ajudar no combater à obesidade infantil, foi aprovada em uma votação de 8 a 3 - o mínimo necessário para derrubar o veto prometido pelo prefeito Gavin Newsom.
A votação final do conselho está marcada para a próxima semana. Se aprovada a medida, as restrições não entrarão em vigor até Dezembro de 2011.
"Isso é uma tremenda vitória para a saúde das nossas crianças", disse o supervisor Eric Mar, principal propositor da norma.
Ao lado dele estiveram os supervisores John Avalos, David Campos, David Chiu, Chris Daly, Bevan Dufty Maxwell, Sophie e Ross Mirkarimi. Pela oposição estiveram os Supervisores Michela Alioto-Pier, Carmen Chu e Sean Elsbernd.
McDonald's, maior rede de fast food local, assumiu a liderança na luta contra a proposta.
"De alguma forma, o Conselho de Supervisores de San Francisco apenas tirou o prazer do McLanche Feliz", disse Scott Rodrigo, que possui 10 franquias McDonald's da cidade. "Seria um eufemismo dizer como estou decepcionado com esta legislação."
Ele disse ainda que as restrições poderiam prejudicar os negócios da cidade, se os consumidores atravessarem as fronteiras de São Francisco, em busca de de uma experiência feliz com as tradicionais refeições. Ele e outros representantes da indústria de restaurantes afirmaram que os pais - e não os parlamentares - devem decidir o que seus filhos comem.
Eric Mar, por sua vez, manifestou que o direito de escolha não seria violado. Brinquedos, observou ele, ainda seriam permitidos nas refeições que atendem as orientações nutricionais saudáveis.
"Não é uma proibição, é um incentivo", disse Mar. De acordo com o decreto-lei proposto, restaurantes podem doar um brinquedo livre ou outros incentivos como brindes somente se a refeição possuir menos de 600 calorias, ter menos de 640 miligramas de sódio e, se apresentar menos de 35 por cento das calorias derivadas de gordura (menos de 10 por cento de gordura saturada), exceto para gordura contida nas nozes, sementes, ovos e queijo com baixo teor de gordura.
Nas bebidas, menos de 35 por cento do total de calorias poderão vir da gordura, e menos de 10 por cento de adoçantes.
Além disso, as refeições devem conter uma meia xícara ou mais de frutas e três quartos de uma xícara ou mais de legumes. Uma refeição do café da manhã deve conter, pelo menos, meia xícara de frutas ou vegetais.
Mar, que teve o apoio de funcionários da saúde pública da cidade, modelou a sua proposta após uma primeira lei do país no Condado de Santa Clara aprovada no início deste ano que se aplica somente a um punhado de restaurantes em áreas não-incorporadas do conselho. As restrições de São Francisco afetariam dezenas de estabelecimentos de fast-food.
Mar disse ainda que a poderosa atração dos brinquedos que acompanham as refeições das crianças - e as campanhas de marketing que as acompanham - coloca os pais que queiram orientar seus filhos para a escolha de alimentos saudáveis em clara desvantagem.
Ele apontou uma pesquisa realizada em 2006 pela Federal Trade Commission, que constatou que 10 cadeias de fast-food gastaram US $ 360 milhões na compra de brinquedos para distribuir nas mais de 1,2 bilhões de referições infantis vendidas naquele ano.
"Eu quero encorajar os principais interessados para agir agora. Penso que podemos tomar uma atitude ousada aqui e dizer: você realmente precisa pensar sobre o fato de que você pode comercializar produtos de trigo integral, você pode vender cenoura", Dufty disse.
"Se você tem que colocar um boneco Shrek com um pacote de cenoura", Dufty acrescentou: "Talvez seja isso que você tem que fazer, mas não houve um verdadeiro incentivo para este setor para fazer isso, e acho que esta legislação é um pequeno caminho adequado e um passo para dizer que você precisa fazer as coisas diferentemente. "Read more: http://www.sfgate.com/cgi-bin/article.cgi?f=/c/a/2010/11/02/MN111G5PCN.DTL#ixzz14LEd4bPF

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